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domingo, 30 de maio de 2010

Palavras ao vento

E poderia ser até evitada essa confusão. Poderia não existir, e existindo, poderia ser discreta. Palavras poderiam ser eternizadas. É, poderia ser diferente. Mas como 'poderia' é um verbo que indica futuro do pretérito, este pelo qual não se pode mais. Não se pode fazer mais nada. E o que se poderia fazer? Se já machucou o suficiente para não mais querer poder. Já se desgastou que nem a amizade se pode mais ter. Algo que poderia ser evitado, e que poderia ser inexplicável. Pra que, né? Pra que fazer algo, se tudo já se encontra perdido. "Não, não era pra acontecer" - às vezes penso não poder pensar assim... às vezes quero poder sumir; ficar horas e mais horas sem fazer nada. Longe de todos. Isso poderia me acalmar. Mas como poderia é muito incerto, essa minha vontade se faz ausente pelo simples fato de ser impossível ficar longe de todos... É, eu queria que TUDO fosse diferente. Assim como venho tentando deixar essa diferença presente durante dias.Pode ser que minha indiferença tenha nos afastado, ou talvez seu modo de se apegar às pessoas. Foi o ponto final que ficou frio, ou a vírgula que nos deixou distantes, ou talvez as reticências, que tornaram 'isso' inacabado. Pode ter sido os dois pontos, que não disseram nada, ou até mesmo a interrogação que se faz presente até hoje. Por que aconteceu 'isso' dessa maneira? Se não era pra continuar, pra que começou? Pra que tantas perguntas, se o teu silêncio enigmático já responde? Não se precisa mais de ponto, vírgulas, reticências ou interrogações, pois poderia, não se pode mais [...}

*Créditos: Fernanda Dantas.

2 comentários:

  1. hahaha adorei, jogo de palavras legal. mas se o "poderia" não serve mais, arranje outro verbo que sirva e saia desse ciclo vicioso.

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